1 de agosto de 2007

O Conto de Dona Baratinha

Dona Baratinha era um animal fantástico e genial. Certa vez teve uma idéia incrível para um conto. O problema era escrever. Afinal, papel, lápis, lapiseira... tudo pelo menos cinco vezes maior que ela. O jeito era procurar alguém que pudesse escrever a sua idéia.
Dona Baratinha ajeitou uma trouxinha de roupas e chamou um colega pra ir com ela. Seria uma longa aventura.
O texto sendo lapidado na cabeça, Dona Baratinha exigiu silêncio enquanto caminhavam. Algumas horas depois, eles já tinham chegado numa esquina bastante movimentada. E bota movimento nisso.
Ao que parecia, estava havendo uma romaria, porque estava tudo escuro e havia umas velhinhas humanas cantando umas coisas que lembravam "Maria", e carregando uns pedacinhos de fogo.
E as velhinhas andavam lentamente, com passadas pesadas, e a pobre Dona Baratinha precisava atravessar a rua.
Foi uma trabalheira terrível. Era sandália prendendo uma antena aqui, outra sandália quase pisando nela. Seu pobre amigo foi um que acabou ficando pelo caminho durante a aventura. E como a rua era de terra batida, logo logo ele estaria enterrado, o que deixou Dona Baratinha um pouco aliviada.
Finalmente chegou do outro lado, sozinha e cansada. Mas a jornada devia continuar! Dona Baratinha não desistiria tão fácil assim.
Sem saber, entrou num salão de festas, onde estavam dançando forró. Ela não fazia idéia do que era aquilo, mas com certeza absoluta era pior que atravessar a rua. Ali deveria haver pelo menos três vezes a quantidade de pés que andavam pela rua lá atrás.
Ela tentou andar por entre os pés, mas dessa vez era quase impossível. Os pés se levantavam, arrastavam no chão, deslizavam, um salto aparecia do nada, e de repente uma pisada muito próxima arrancou um pedaço de sua antena.
Ofendidíssima, Dona Baratinha, se retirou da festa do forró.
Caminhou a esmo, pois não sabia onde iria conseguir alguém que escrevesse o seu conto. Abriu as asas e voou um pouco, para poupar tempo e ter melhor visibilidade. Até que achou numa banquinha uns livrinhos bem pequenos, e lápis pequenos também. Que fabuloso!
Voou até lá e no meio do caminho, bateu a cabeça num vidro fechado. Meio tonta, caiu alguns centímetros, e voltou a se erguer no ar, estupefata. Espremeu-se por entre a janela e o parapeito e entrou.
Voou rápida e diretamente para um pequeno livro com um pequeno lápis ao lado e sentou-se para relaxar antes de escrever.
Pááá.
Uma sandália voou no ar em sua direção, e milésimos de segundo depois, a cabeça de Dona Baratinha estava prensada contra o pequeno livrinho.
E foi assim que morreu Dona Baratinha.
E foi assim que morreu o conto de Dona Baratinha.

5 comentários:

Unknown disse...

Eu te odeio :P

Cristiano Mueller disse...

nossa pq o romulo te odeia?
eu hein rsrs
eu te adoro.
saudades amigo!
ta friu ai??
hehe aqui ta!!!
a dona baratinha morreu de morte literaria.

Priscila disse...

Que lindo, Thi. Mesmo triste, é lindo. Vc é um encanto :)

Josie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Josie disse...

Desculpa mas....
Porque a dona baratinha não atravessou a rua e a festa de forró voando???????????????????????
E outra:
Eu vou continuar matando baratinhas e seus contos, odeio baratas!!! Ou melhor, pedir pra alguém mata-las, porque são bichos tão asquerosos que nem chegar perto eu consigo...