31 de agosto de 2007

Minutes


To look life in the face... always to look life in the face, and to know it for what it is.
At last, to know it, to love it for what it is, and then...
To put it away.

(editado)

25 de agosto de 2007

Pianíssimo

A luz da lua entra pela janela
E ilumina as teclas do piano
Mas não ilumina todas
A lua deixou o sol de fora

21 de agosto de 2007

Respeito, por Jack, o Estripador

Respeito conquistado por partes:
Parte 1: Você chega na empresa, como o estagiário. Você não tem mesa, não tem cadeira, tampouco tem o que fazer.
Parte 2: Colocam um computador na sua frente, mas a rede não deixa você fazer nada, e você não pode trabalhar porque não tem o que fazer ainda.
Parte 3: O seu computador já funciona.
Parte 4: Começa o seu treinamento.
Parte 5: Chega a sua cadeira.
Parte 6 (final): Colocam um adesivo na sua cadeira, pra garantir que ela será somente sua.

20 de agosto de 2007

Plano de Estágio


Gente, que fome!

(editado)

19 de agosto de 2007

O Terceiro Dia Que Dei Choque (Atrasado)

O terceiro dia que dei choque não foi uma apresentação de canto. Foi de teatro.
No semestre passado eu fiz uns três meses de teatro, que culminaram numa apresentação de um dos "jogos" que a gente fazia nas aulas pra aprender as técnicas. Era o jogo d"Os Três Cegos".
Interessante foi que eu já não estava no teatro, e a apresentação foi logo depois das férias, ou seja... eu não estava preparado. Menos ainda quando me acharam nos corredores da faculdade, dizendo:

Interlocutor: Ah, sim, a apresentação é hoje às sete, na biblioteca municipal.
Eu: QUÊ????

E eu tava num dia meio puto da vida ainda. Mas enfim, fui lá e deu tudo certo.
Eu era o Cego Nº 2, que era o Carrancudo Malvado. Eu fiquei de olho fechado a apresentação inteira. Meu papel era mais servir de apoio às palhaçadas clown dos outros dois. O primeiro era o Corcunda Feliz, e o terceiro era o Boêmio Bêbado. Nós tínhamos música anos 20 e tudo, e a professora do teatro até me fez passar água pra deixar o cabelo menos rebelde e desenhou um bigode ridículo.
A peça teve vários ups, tipo um esbarrão dos três cegos, uma bengala jogada pra trás, um dos cegos passando meleca nas costas de outro, limpando os óculos para ver melhor (!), esbarrão num pilar, e teste de um livro, através de sentidos não-visuais.
Falando assim parece bem técnico, mas sério, o povo riu bastante, foi bem gostoso atuar.
E este post ficaria lindamente ilustrado se a imbecil fotógrafa não tivesse apagado as fotos por acidente. Peninha.
Fica então gravado na memória, né...

PS: Aguardem "O Segundo Dia Que Dei Choque".

18 de agosto de 2007

A Futura Baranga

Interlocutor 1: Só uma vez que eu senti ciúme dele com a tal da X. Aí ele veio me mostrar que ganhou convite VIP, "olha, eu ganhei VIP dela!" (balançando um convite VIP imaginário), aí eu respondi "enfia no cu".

(...)

Interlocutor 1: Ah, ganhei outra lingerie!
Eu: Já vou anotar, isso vai dar um post...

(...)

Eu: Mas tu ganha tanta lingerie e não usa!
Interlocutor 1: Eu vou usar quando eu tiver um namorado.
Interlocutor 2: Quando tu tiver 35 anos, tu vai estar uma baranga.

14 de agosto de 2007

O Quarto Dia que Dei Choque

Só pra dar uma variada, hoje eu me apresentei cantando de novo...
E bingo, meus pais foram me ver! Oh, céus!
Cantei Família, dos Titãs, e, céus, como eu fiquei nervoso vendo que meus pais estavam logo ali na quarta ou quinta fila do auditório da escola... (tem umas sete filas só)
E eu tava super tranquilo, tinha ensaiado a música por muito tempo, tanto que nas últimas aulas a minha professora se negou a ensaiar mais, porque disse que confiava em mim e que ela queria que eu cantasse outras coisas também em vez de ficar ensaiando a mesma música que eu já sabia.
E enfim, foi um sucesso!
Adorei mesmo...

PS: Eu engoli o segundo e o terceiro dia que eu dei choque, né? Em breve pretendo resgatá-los...

12 de agosto de 2007

Momento Constatação

Hoje fui num casamento. Fiquei uma hora na igreja olhando pro nada e pensando no quanto a gente é sozinho no mundo.
Parentada pra lá e pra cá, e blábláblá, conversinha mole e as pessoas fingindo que estão achando o máximo, quando na real querem é sair dali. Em determinado momento acaba o assunto e fica aquela coisa, as pessoas comendo, ou reparando nos outros, ou fazendo qualquer outra coisa. Sozinhas.
Aí você pensa na faculdade... meia hora por dia chega pra contar coisas na faculdade, o resto é mão-de-obra. Aí você pensa que tem amigos lá? Difícil, viu? Nenhuma pessoa de lá é tão próxima que largaria aulas pra te ouvir, ou pra dar risada fora da sala (porque ninguém merece aula chata...)
Aí você pensa no trabalho... vamos lá, produtividade. Isso resume. Ou então, se é um ambiente TOTALMENTE legal, você faz menos do que poderia, ou então perde algumas das piadas pra trabalhar um pouco.
Aí você pensa no dia a dia das pessoas da sua casa, pessoas que você sempre conversa... quem delas (tirando a sua mãe) faria uma coisa inesperada pra te fazer algo? Um favor, um carinho, uma palavra, uma carona...
Às vezes nem a sua mãe faria, quando ela tem certeza que você não vai morrer pela coisa que você quer.

E tem mais coisa, coisa pessoal-super-interna que me faz constatar que somos sozinhos no mundo. Coisa impostável. Mas que se eu postasse faria todo mundo entender o que mais tem por trás disso tudo.

PS: Não tô triste, não tô magoado, não tô infeliz, nem nada disso... só fiz uma constatação.

11 de agosto de 2007

Princesa

Interlocutor: Cara, você que faz entrega (apontando pra Fiorino do meu pai, que eu tava dirigindo), sabe onde é a rua tal?
Eu: Eu não faço entrega. É tudo mentira (apontando pro símbolo da padaria na Fiorino).

Explicações adicionais: a Fiorino tem emblema da padaria "Princesa", mas não somos donos dessa padaria. Meu pai comprou o carro do dono correto. Princesa é o apelido da Fiorino.

8 de agosto de 2007

A Greve das Pombinhas

Existe uma história sobre as pombinhas do rei e da bruxa medieval. Eles moravam no palácio medieval do reino medieval mais parado e antiquado da época, onde chovia pedrinhas. Tudo naquele feudo era chato. As pombinhas, coitadas, eram secas e comiam as pedrinhas. Não podiam comer grama por causa da placa "Não Pise" que a bruxa tinha colocado. Água, só quando chovia. Nem o milho tinha sido descoberto naquela época. Plantava-se e colhia-se apenas maçãs, que já saiam das árvores com um lacre e uma etiqueta, contendo peso e informação nutricional. As coitadas das pombinhas não podiam comer maçãs, porque passavam mal. E ainda por cima não ganhavam salário por comer as pedrinhas para o rei. A bruxa, volta e meia roubava uma pombinha. E todas as outras ficavam curiosas para saber o que acontecia. Espiavam pela janela da cozinha, mas só podiam ouvir os ais e uis da pombinha roubada.
Até que um dia, cansadas de tanto marasmo, as coitadas das pombinhas secas fizeram greve.
Entraram dentro do palácio e roubaram comida da geladeira. Depois, tomaram banho na piscina do rei. E nada de comer pedrinhas.
A bruxa se revoltou e mandou o caçador matar as pombinhas e trazer os coraçõezinhos para que ela embalsamasse e colocasse no museu do palácio.
O caçador sabia que a bruxa era vesga e caolha e que o rei era um banana. Então matou todas as pombinhas, exceto uma, que fugiu, assou e comeu uma por uma. Para disfarçar pegou umas pedrinhas do pátio e levou para a bruxa.
Mas a bruxa, apesar de vesga e caolha, era esperta e sentiu que os coraçõezinhos estavam duros demais. Atirou as pedras no caçador e o despediu por justa causa. E para se vingar, contratou um canibal para caçar o caçador e pediu a ele que trouxesse o coração também.
O canibal topou. Encontrou o caçador, esfaqueou, estripou, dissecou e o devorou. O problema é que o canibal não comia há muito tempo. E de tanta fome comeu o coração do caçador, por aci-dente de trabalho.
Então roubou uma maçã, tirou o lacre e a etiqueta e deu para a bruxa quando voltou ao palácio.
A bruxa sabia muito bem o que era uma maçã, e então jogou a geladeira no canibal. Ele se esquivou. Abriu a geladeira e jogou um frango assado na cabeça da bruxa. Ela foi ao chão, nocauteada. E então o canibal esfaqueou, estripou, dissecou e comeu a bruxa.
O rei dormia na sala, ouvindo música. O canibal, quando acabou de comer, tomou um banho e tirou um cochilo. O rei ainda estava na sala. Então o canibal pensou em devorar o rei e aproveitar sua enorme pança. Devia estar cheia de pernas de frango e de porco. Mas também pensou: "coitado do rei, ele é tão banana… acho que ele vai pro céu por ter sido inútil". E não comeu o rei. Deixou para depois. Mas aproveitou o pique e comeu a orquestra todinha. Nem o maestro sobrou.
O rei olhou para o canibal e perguntou:
- Para onde foi a orquestra?
- Para... para o museu - respondeu o canibal, desconcertado.
- Quando eles voltam?
- Esqueci de perguntar.
- Então deixe.
O canibal foi então à cozinha. Abriu a geladeira caída e tomou refrigerante de maçã. De repente uma pombinha apareceu na janela:
- Oh! Socorro! Aí vem o caçador!
- O caçador? Mas eu já o devorei…
- Não aquele... Olhe ali! - e a pombinha deixou cair uma garrafa de vodka.
- Sua pinguça!
Então o "caçador" entrou voando pela janela. Era a bruxa em forma de fantasma. Ela deu ao canibal o que ele merecia. Pegou-o, colocou-o em sua vassoura e o levou.
Os dois voaram por muito tempo e chegaram ao Portal do Inferno. Lá estava a orquestra, em forma de fantasma, à espera deles. O maestro então ordenou que se tocasse uma música mágica medieval e a bruxa e o canibal foram parar dentro do livro de magias dela. E lá ficaram presos até chegar o inverno.
A piscina do palácio tinha congelado e sem a bruxa para pôr ordem na casa, o rei se viu obrigado a dar uma ordem. Ordenou que alguém ligasse a lareira.
- Mas não há lenha, senhor. - respondeu um criado.
- Ah, deixe que eu busco…
O rei procurou, procurou e não achou lenha nenhuma. Só o livro de magias, no Portal do Inferno. Servia.
Levou o livro e o jogou na lareira. E lá se foram queimados a bruxa e o canibal e dentro do estômago dele a orquestra, o caçador e as pombinhas.
E ninguém mais comeu pedrinhas. A pombinha que tinha fugido mudou-se para o outro feudo para participar dos Alcoólicos Anônimos.
Até que um dia, de tantas pedrinhas, o rei morreu soterrado.

1 de agosto de 2007

O Conto de Dona Baratinha

Dona Baratinha era um animal fantástico e genial. Certa vez teve uma idéia incrível para um conto. O problema era escrever. Afinal, papel, lápis, lapiseira... tudo pelo menos cinco vezes maior que ela. O jeito era procurar alguém que pudesse escrever a sua idéia.
Dona Baratinha ajeitou uma trouxinha de roupas e chamou um colega pra ir com ela. Seria uma longa aventura.
O texto sendo lapidado na cabeça, Dona Baratinha exigiu silêncio enquanto caminhavam. Algumas horas depois, eles já tinham chegado numa esquina bastante movimentada. E bota movimento nisso.
Ao que parecia, estava havendo uma romaria, porque estava tudo escuro e havia umas velhinhas humanas cantando umas coisas que lembravam "Maria", e carregando uns pedacinhos de fogo.
E as velhinhas andavam lentamente, com passadas pesadas, e a pobre Dona Baratinha precisava atravessar a rua.
Foi uma trabalheira terrível. Era sandália prendendo uma antena aqui, outra sandália quase pisando nela. Seu pobre amigo foi um que acabou ficando pelo caminho durante a aventura. E como a rua era de terra batida, logo logo ele estaria enterrado, o que deixou Dona Baratinha um pouco aliviada.
Finalmente chegou do outro lado, sozinha e cansada. Mas a jornada devia continuar! Dona Baratinha não desistiria tão fácil assim.
Sem saber, entrou num salão de festas, onde estavam dançando forró. Ela não fazia idéia do que era aquilo, mas com certeza absoluta era pior que atravessar a rua. Ali deveria haver pelo menos três vezes a quantidade de pés que andavam pela rua lá atrás.
Ela tentou andar por entre os pés, mas dessa vez era quase impossível. Os pés se levantavam, arrastavam no chão, deslizavam, um salto aparecia do nada, e de repente uma pisada muito próxima arrancou um pedaço de sua antena.
Ofendidíssima, Dona Baratinha, se retirou da festa do forró.
Caminhou a esmo, pois não sabia onde iria conseguir alguém que escrevesse o seu conto. Abriu as asas e voou um pouco, para poupar tempo e ter melhor visibilidade. Até que achou numa banquinha uns livrinhos bem pequenos, e lápis pequenos também. Que fabuloso!
Voou até lá e no meio do caminho, bateu a cabeça num vidro fechado. Meio tonta, caiu alguns centímetros, e voltou a se erguer no ar, estupefata. Espremeu-se por entre a janela e o parapeito e entrou.
Voou rápida e diretamente para um pequeno livro com um pequeno lápis ao lado e sentou-se para relaxar antes de escrever.
Pááá.
Uma sandália voou no ar em sua direção, e milésimos de segundo depois, a cabeça de Dona Baratinha estava prensada contra o pequeno livrinho.
E foi assim que morreu Dona Baratinha.
E foi assim que morreu o conto de Dona Baratinha.