8 de agosto de 2007

A Greve das Pombinhas

Existe uma história sobre as pombinhas do rei e da bruxa medieval. Eles moravam no palácio medieval do reino medieval mais parado e antiquado da época, onde chovia pedrinhas. Tudo naquele feudo era chato. As pombinhas, coitadas, eram secas e comiam as pedrinhas. Não podiam comer grama por causa da placa "Não Pise" que a bruxa tinha colocado. Água, só quando chovia. Nem o milho tinha sido descoberto naquela época. Plantava-se e colhia-se apenas maçãs, que já saiam das árvores com um lacre e uma etiqueta, contendo peso e informação nutricional. As coitadas das pombinhas não podiam comer maçãs, porque passavam mal. E ainda por cima não ganhavam salário por comer as pedrinhas para o rei. A bruxa, volta e meia roubava uma pombinha. E todas as outras ficavam curiosas para saber o que acontecia. Espiavam pela janela da cozinha, mas só podiam ouvir os ais e uis da pombinha roubada.
Até que um dia, cansadas de tanto marasmo, as coitadas das pombinhas secas fizeram greve.
Entraram dentro do palácio e roubaram comida da geladeira. Depois, tomaram banho na piscina do rei. E nada de comer pedrinhas.
A bruxa se revoltou e mandou o caçador matar as pombinhas e trazer os coraçõezinhos para que ela embalsamasse e colocasse no museu do palácio.
O caçador sabia que a bruxa era vesga e caolha e que o rei era um banana. Então matou todas as pombinhas, exceto uma, que fugiu, assou e comeu uma por uma. Para disfarçar pegou umas pedrinhas do pátio e levou para a bruxa.
Mas a bruxa, apesar de vesga e caolha, era esperta e sentiu que os coraçõezinhos estavam duros demais. Atirou as pedras no caçador e o despediu por justa causa. E para se vingar, contratou um canibal para caçar o caçador e pediu a ele que trouxesse o coração também.
O canibal topou. Encontrou o caçador, esfaqueou, estripou, dissecou e o devorou. O problema é que o canibal não comia há muito tempo. E de tanta fome comeu o coração do caçador, por aci-dente de trabalho.
Então roubou uma maçã, tirou o lacre e a etiqueta e deu para a bruxa quando voltou ao palácio.
A bruxa sabia muito bem o que era uma maçã, e então jogou a geladeira no canibal. Ele se esquivou. Abriu a geladeira e jogou um frango assado na cabeça da bruxa. Ela foi ao chão, nocauteada. E então o canibal esfaqueou, estripou, dissecou e comeu a bruxa.
O rei dormia na sala, ouvindo música. O canibal, quando acabou de comer, tomou um banho e tirou um cochilo. O rei ainda estava na sala. Então o canibal pensou em devorar o rei e aproveitar sua enorme pança. Devia estar cheia de pernas de frango e de porco. Mas também pensou: "coitado do rei, ele é tão banana… acho que ele vai pro céu por ter sido inútil". E não comeu o rei. Deixou para depois. Mas aproveitou o pique e comeu a orquestra todinha. Nem o maestro sobrou.
O rei olhou para o canibal e perguntou:
- Para onde foi a orquestra?
- Para... para o museu - respondeu o canibal, desconcertado.
- Quando eles voltam?
- Esqueci de perguntar.
- Então deixe.
O canibal foi então à cozinha. Abriu a geladeira caída e tomou refrigerante de maçã. De repente uma pombinha apareceu na janela:
- Oh! Socorro! Aí vem o caçador!
- O caçador? Mas eu já o devorei…
- Não aquele... Olhe ali! - e a pombinha deixou cair uma garrafa de vodka.
- Sua pinguça!
Então o "caçador" entrou voando pela janela. Era a bruxa em forma de fantasma. Ela deu ao canibal o que ele merecia. Pegou-o, colocou-o em sua vassoura e o levou.
Os dois voaram por muito tempo e chegaram ao Portal do Inferno. Lá estava a orquestra, em forma de fantasma, à espera deles. O maestro então ordenou que se tocasse uma música mágica medieval e a bruxa e o canibal foram parar dentro do livro de magias dela. E lá ficaram presos até chegar o inverno.
A piscina do palácio tinha congelado e sem a bruxa para pôr ordem na casa, o rei se viu obrigado a dar uma ordem. Ordenou que alguém ligasse a lareira.
- Mas não há lenha, senhor. - respondeu um criado.
- Ah, deixe que eu busco…
O rei procurou, procurou e não achou lenha nenhuma. Só o livro de magias, no Portal do Inferno. Servia.
Levou o livro e o jogou na lareira. E lá se foram queimados a bruxa e o canibal e dentro do estômago dele a orquestra, o caçador e as pombinhas.
E ninguém mais comeu pedrinhas. A pombinha que tinha fugido mudou-se para o outro feudo para participar dos Alcoólicos Anônimos.
Até que um dia, de tantas pedrinhas, o rei morreu soterrado.

Um comentário:

Cristiano Mueller disse...

rsrs que feudo e este parece ponta grossa onde estudo euehuee, mas siaba nem deveria estar comentando, vc nem come3ntou meus contos, o da menina descalça e o da menina de tres mil dentes, lembra? eu melhorei eles um poquinho, ate que sou criativo, mas meu portugues ergh, mas isso não vem ao caso, o caso e o da pombinha bebada, que fofinho, ao menos alguem n historinha tinha consiencia de que estava agindo de forma inadequada, rsr gostei da historia, viajei legal,mas agora ve se vai comentar no meu blog, o eterno. perfeito rsrs abçs hehe...